RUTACEAE

Conchocarpus ovatus (A.St.-Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani

Como citar:

Rodrigo Amaro; Tainan Messina. 2017. Conchocarpus ovatus (RUTACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

1.018,124 Km2

AOO:

56,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro (Pirani, 2014; BFG, 2015), onde foi coletada nos municípios de Armação de Búzios, na Serra das Emerenças (D. Fernandes 230), Cabo Frio, no Morro do Gavião (D. Sucre 3932), Niterói, no Parque Estadual da Serra da Tiririca (A.A.M. de Barros 3035), no Rio de Janeiro, no Morro da Urca (J.G. Kuhlmann s.n., RB 5149) e São Pedro da Aldeia, na Serra de Sapiatiba (C. Farney 4217).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Rodrigo Amaro
Revisor: Tainan Messina
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Espécie arbustiva endêmica do estado do Rio de Janeiro (Pirani, 2014; BFG, 2015), onde foi coletada nos municípios de Armação de Búzios, na Serra das Emerências, Cabo Frio, no Morro do Gavião, Niterói, no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, no Morro da Urca e São Pedro da Aldeia, na Serra de Sapiatiba. Possui EOO=891 km², AOO=52 km² e está sujeita a seis situações de ameaça. Nas suas regiões de ocorrência no Rio de Janeiro e em Niterói, o turismo desordenado é uma ameaça para a espécie. No Parque Estadual da Serra da Tiririca, ela convive ainda com o aumento da frequência de incêndios (Barros, 2008). Em algumas localidades de ocorrência, também em Niterói, o crescimento urbano vem causando problemas para a conservação da biodiversidade. Esse problema também é a principal ameaça para as subpopulações da espécie existentes na Região dos Lagos (Davidovich, 2001; Bohrer et al., 2015). Suspeita-se que esteja havendo declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat da espécie.

Último avistamento: 2011
Quantidade de locations: 6
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em Kew Bull. 53(2): 317. 1998 [29 Jun 1998].

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Submontana
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Espécie arbórea, terrícola de ocorrência em domínio fitogeográfico Mata Atlântica (BFG, 2015), em áreas de Floresta Ombrófila Densa submontana e em Restinga arbórea (Pirani, 2014). Descrita ocorrência para afloramentos rochosos da Pedra de Itacoatiara, Parque Estadual da Serra da Tiririca (A.A.M. de Barros 3035).
Referências:
  1. BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4):1085–1113. Doi: 10.1590/2175-7860201566411.
  2. Pirani, J.R. 2014. Rutaceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://florariojaneiro.jbrj.gov.br>. Acesso em: 15 Abr. 2015

Reprodução:

Detalhes: Encontrada com flores em setembro (C. Farney 4217), outubro (C. Farney 3851), novembro (R.H.P. Andreata 953), dezembro (C. Farney 4449). Encontrada com frutos em março (R.H.P. Andreata 442), junho ( K.M. Leal 42), agosto (C. Farney 4889), setembro (C. Farney 4217), outubro (H.C. Lima, 4788) e novembro (R.H.P. Andreata 953).
Fenologia: flowering (Sep~Dec), fruiting (Mar~Nov)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity locality,habitat,occupancy,occurrence,mature individuals past,present,future regional high
O fogo também é um problema comum nos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Barros, 2008) e em outras regiões de ocorrência da espécie.
Referências:
  1. Barros, A.A.M. de, 2008. Análise Florística e Estrutural do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ, Brasil. Escola Nacional de Botânica Tropical.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development locality,habitat past,present,future regional very high
O adensamento populacional nas regiões de ocorrência da especie geram problemas diretos e indiretos. A Região dos Lagos, por exemplo, vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). Cabo Frio vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro e Oliveira, 2009). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área da região de Cabo Frio, e arredores, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000).
Referências:
  1. Davidovich, F., 2001. Metrópole e território : metropolização do espaço no Rio de Janeiro. Cad. Metrópole 6, 67–77.
  2. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de, 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.
  3. Leme, E.M.C., 2000. Nidularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.rio local (Leme, 2000).
  4. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de, 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de Janeiro. Rodriguésia 60, 1–23.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat,occurrence present,future local low
Nas regiões de ocorrência da espécie no Rio de Janeiro e Niterói, o turismo desordenado é uma ameaça para a espécie.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Espécie ocorre no interior do Parque Estadual da Serra da Tiririca (A.A.M. de Barros 3035).